Número de mulheres empreendedoras cresce no Brasil e chega a 10,3 milhões
- Alexandre Gabriel
- 8 de abr. de 2023
- 5 min de leitura
Atualizado: 13 de abr. de 2023
De todos os empreendedores no país, 34% deles são mulheres, com destaque para as áreas de beleza, estética, moda, alimentação e bem estar.
Por Alexandre Santos
Segundo a pesquisa do Sebrae, feita com base nos dados do IBGE, as mulheres empreendedoras correspondem a mais de 10 milhões no mercado, sendo a maioria nas classes C, D e E. O Jornal Central conversou com algumas delas, que decidiram mergulhar no mundo dos negócios e transformar suas habilidades em fonte de renda.
Izabel de Fátima Xavier de 55 anos, moradora de Pirajuí e conhecida como "Bel Pão de Mel", se aventurou no mundo da confeitaria por curiosidade. Professora de formação, se dedicava aos doces nas horas vagas, conciliando o empreendedorismo com o cargo de docente na rede estadual. No ramo há 30 anos, Bel encontra dificuldade na falta de apoio e credibilidade. Para ela, um incentivo financeiro faria toda a diferença.
"Empréstimo com juros baixo seria um incentivo para alavancar o nosso trabalho, além de parcerias como um incentivo para levar o negócio pra frente", afirma Bel.
Crédito das Imagens: Bel Xavier, via Facebook.
A confeiteira incentiva mulheres a entrarem no mundo dos negócios e acredita que elas devem fazer o que gostam, ao invés de se limitarem apenas ao que está em alta. Bel afirma que é preciso se especializar, estudar e se dedicar para fazer dar certo. Assim como ela, sua irmã Rita de Cássia também é professora, e tem uma segunda profissão. Rita trabalha com artesanato desde os 17 anos. A sua relação com a costura, tricô e crochê vem de família e o aprendizado de infância acabou tornando um complemento na renda da família. Ouça sobre essa história no ícone abaixo:

Crédito da Imagem: Rita Xavier, via Instagram.
Umas das maiores dificuldades da artesã foi aprender a usar as plataformas digitais, principalmente o Instagram. A empreendedora adquiriu um curso online para aprender a como divulgar seu trabalho nas redes sociais. Foi necessário também planejar o tempo e a rotina de postagens. Segundo Rita, suas clientes nunca reclamaram do valor do seu trabalho, isso porque também fez um curso de precificação. A artesã afirma que aprendeu a cobrar um valor justo no seu produto, além de expor os itens da forma correta, com fotos chamativas atraindo mais clientes.
'' Os melhores incentivos são os cursos online das artesãs, além das parcerias, como por exemplo, a feira das nações aqui da cidade, onde mostramos os nossos produtos, junto com a Assistência Social e o município", afirma Rita.
Crédito das Imagens: Rita Xavier, via Instagram.
Para as mulheres que desejam iniciar no artesanato, Rita afirma que ao escolher o público alvo e produzir os conteúdos com bons textos e imagens, aos poucos o retorno virá. Além disso, o acabamento das peças é um fator determinante. Ao vender, é necessário ser transparente com o público informando o valor e as medidas de cada item, afirma. Ouça mais sobre o assunto no ícone abaixo:
Fabyana Romero, empreendedora de 40 anos, iniciou seu negócio sem pretensão, decorando festas de aniversário das suas filhas. A partir daí, a decoradora passou a se aperfeiçoar na área, com enfoque em balões e bubbles. Há quase cinco anos no mercado, os principais incentivadores foram seus amigos e familiares.

Crédito da Imagem: Fabyana Romero, via Facebook.
Para Fabyana, a principal dificuldade além da propaganda e busca por credibilidade no mercado de trabalho, foi o preço cobrado por outros profissionais da área, muito a baixo do mercado, desvalorizando o seu serviço. ''Parcerias, cursos e empréstimos são ferramentas importantes para as mulheres empreendedoras. Além disso, para ser dona do seu próprio negócio, é preciso muita garra e determinação'', afirma a decoradora. Ouça mais sobre o assunto no ícone abaixo:
Crédito das Imagens: Fabyana Romero, via Facebook.
Segundo dados disponibilizados pelo SEBRAE Pirajuí, de todos os atendimentos realizados na cidade em 2022, 57,79% deles foram para o público feminino na categoria "Pessoa Jurídica". Na classificação por gênero, as mulheres também foram maioria, cerca de 53%. Em entrevista, Juliana Lau, responsável pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Pirajuí, explicou sobre o programa SEBRAE DELAS:
''O movimento que tem o objetivo de promover o empreendedorismo feminino, têm trabalhado com mulheres empreendedoras no despertar para o auto conhecimento, aumento de rede de contatos, competitividade dos negócios e facilitação no acesso ao mercado e a crédito orientado. Além do planejamento e gestão de negócios, o Movimento Sebrae Delas têm orientação sobre aspectos de inteligência emocional''. Os principais tópicos são:
Trabalhar os aspectos comportamentais da mulher por meio da Inteligência Emocional;
Provocar e despertar na mulher o autoconhecimento e a gestão de suas emoções, para que ela se conheça um pouco mais e se sinta mais segura, em ser como é e fazer o que mais a motiva;
Desenvolver novos comportamentos, coragem e autoconfiança para tomada de decisões que a leva ao caminho da autonomia financeira.

Crédito da Imagem: SEBRAE, via Google.
''Ao buscar o SEBRAE, daremos a orientação ou indicação de cursos sobre o planejamento, para que a sua ideia se materialize num documento, plano de negócios e plano de ação. Depois disso, será executada da melhor forma possível, sendo viável e trazendo resultados. Orientamos nos atendimentos individuais e nos coletivos sobre as estratégias iniciais de finanças, de marketing, sobre formalização'', afirma Juliana Lau.
Além disso, as interessadas podem buscar os cursos do SEBRAE DELAS, que são para as que desejam abrir o seu próprio negócio. Para as mulheres que já tem uma empresa, existe a possibilidade de aprimorar a gestão para alcançar melhores resultados.
Para saber como mulheres podem ter acesso a empréstimos e estímulos na estruturação de suas empresas, o Jornal Central entrou em contato com o Banco do Povo de Pirajuí. Juliana Moreti, chefe da agência de crédito do banco do povo, localizado no Poupatempo da cidade, informou sobre a existência do programa Empreenda Mulher (Empreendedoras MEI, ME, EPP, LTDA, PRODUTORA COM CNPJ E EIRELI e também as INFORMAIS SEM CNPJ E PRODUTORA RURAL SEM CNPJ) que possui taxas/carências e prazos de pagamento diferenciados (crédito sujeito à análise).
Crédito das Imagens: Banco do Povo, via Google.
" Para ter acesso a qualquer linha do banco do povo, o empreendedor não pode ter restrições no CPF/CNPJ. Verificado isso, é necessário concluir um dos cursos de qualificação selecionados no programa Empreenda Mulher, oferecidos pelos parceiros SEBRAE-SP e Aliança Empreendedora. São cursos voltados à formalização, marketing digital e educação financeira, para que a empreendedora possa gerir melhor seu empreendimento'', afirma Juliana Moreti.
De forma prática, os requisitos e documentações necessários para ter acesso ao empréstimo no Banco do Povo são:
Não possuir restrições no CPF/CNPJ;
Documento oficial com foto dos sócios e cônjuges;
Certidão de casamento do cliente e sócios;
Comprovante de endereço atualizado;
Certificado da capacitação online;
Orçamento detalhado dos fornecedores, dos bens a serem financiados, serviços e ou mercadorias;
Documentos adicionais para empreendedoras com CNPJ:
Inscrição CNPJ; CRF; CND e Inscrição estadual ou Municipal.
Esses são os documentos principais, entretanto, é importante falar com o agente do Munícipio para obter uma lista completa, afirma Juliana. Os atendimentos presenciais na unidade do Poupatempo são feitos somente por agendamento através dos canais oficiais: Portal (www.poupatempo.sp.gov.br), totens de atendimento (localizados no Poupatempo) e o aplicativo Poupatempo digital. Para demais dúvidas, as mulheres podem entrar em contato pelo WhatsApp (14) 99729-7847.
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