Casos de Dengue crescem em Pirajuí no início de 2023, apontam dados da Secretaria de Saúde
- Alexandre Gabriel
- 13 de mar. de 2023
- 3 min de leitura
Por Alexandre Santos
Com registros de fortes chuvas e mudanças climáticas no interior do estado de São Paulo, os casos de dengue vêm crescendo na região. Em Pirajuí (58 quilômetros de Bauru) até 25 de fevereiro foram notificados 156 casos da doença. Desses, 41 foram positivados, 24 negativados, 87 descartados e 4 não voltaram para coleta de sorologia, segundo a Secretaria de Saúde do Município.
Os principais sintomas da doença se caracterizam por febre alta (acima de 38,5°), dores musculares intensas, dor nos olhos, mal-estar, falta de apetite, dores de cabeça e manchas vermelhas pelo corpo. Além disso, existem os sintomas de alarme que segundo a Secretária de Saúde do Município de Pirajuí, Evandra Zarbin, são identificados por dores abdominais intensas, dores na palpação do abdômen, vômitos persistentes, acúmulo de líquido (barriga, pulmão ou coração), sangramento de mucosa e demais tipos de hemorragia. Outro fator é a queda abrupta das plaquetas de sangue que só podem ser avaliadas através do exame de hemograma.
Após a picada do mosquito Aedes Aegypti, os primeiros sintomas da dengue podem levar de 3 a 15 dias para se manifestar, e podem durar de 2 a 7 dias. “As recomendações que seguimos são dos protocolos do Ministério da Saúde. Se o médico ou enfermeiro suspeitar de dengue pelos sintomas, ele pode solicitar o hemograma para ver como estão as plaquetas”, afirma Evandra.

Crédito: Prefeitura Municipal de Pirajuí
A Secretária reforçou que não existe medicamento específico para o tratamento da dengue, e que não é recomendável que o paciente faço uso de nenhuma substância que possua AAS (ácido acetilsalicílico). Explicou ainda que o medicamento é responsável por causar um distúrbio na coagulação do sangue. Com os índices de plaquetas baixas, após o uso do AAS, é possível que o paciente venha a ter um sangramento, não necessariamente por um diagnóstico de dengue hemorrágica.
Segundo o protocolo do Ministério de Saúde, a partir do momento que o médico suspeita de uma possível contaminação, é feita a notificação para análise de sintomas e plaquetas. Esse exame é necessário para que seja orientado o tipo de hidratação, que pode ser oral ou venosa. O único exame determinado pelo Centro de Vigilância Epidemiológica para o diagnóstico de dengue é o de sorologia (que pode ser coletada do sexto dia de sintomas em diante), feito pelo Laboratório do Estado de São Paulo, Instituto Adolfo Lutz.
Existem ainda os testes rápidos (NS1) que fazem a coleta do zero dia de sintomas ao 3°, além do IGG e IGM que realizam a coleta do 6° dia de sintomas até o 30°. Entretanto, esses testes não são considerados diagnósticos. Tais modalidades são aprovadas pelo Ministério da Saúde apenas em casos de epidemia no município.
Valéria Fabiana, empresária de 44 anos, foi contaminada duas vezes pela dengue. Em entrevista, a Pirajuiense relatou que passou 15 dias de cama recebendo medicamento na veia, não tinha fome e sentia um amargor em sua boca: “Na primeira vez que peguei dengue os sintomas foram fracos que nem percebi, na segunda vez foi forte. Depois de 15 dias na cama fui melhorando, mas a imunidade estava muito baixa. Chegou a sair um furúnculo no meu corpo porque não me alimentava direito, nem água conseguia beber”.
Segundo a Secretaria de Saúde de Pirajuí, o uso da fumaça com veneno para eliminação do mosquito não é eficaz, uma vez que só é indicado em casos de epidemia. “Os mosquitos têm ficado cada vez mais resistentes por conta do uso de venenos que não são indicados no combate a sua proliferação. Portanto, quem determina o uso de venenos no combate à dengue é o Departamento de Saúde e Prevenção”. Evandra afirma que a melhor forma de prevenção contra a doença é a eliminação dos criadouros.

Prefeitura Municipal de Pirajuí realizou um mutirão de limpeza em todo o município, entre os dias 6 e 9 de Março, com o objetivo de eliminar os criadouros da dengue e frear o aumento dos casos.
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